segunda-feira, 16 de abril de 2018

Sempre haverá um Derby – Recordações de Corinthians x Palmeiras
Alexandre Fernandez Vaz

“O Fla x Flu começou quarenta minutos antes do nada”, escreveu certa vez Nelson Rodrigues. Se paulista fosse, quem sabe tivesse afirmado o mesmo sobre Corinthians x Palmeiras.

Nos últimos anos o São Paulo tornou-se o adversário contumaz do Corinthians, rivalidade acirrada pelos arroubos verbais das diretorias dos dois clubes. Para mim, no entanto, o grande confronto era e continua sendo contra o Palmeiras, time que admiro e respeito. Desde que acompanho futebol ouço falar no derby paulista. De muito criança, lembro-me de uma prima mais velha que dizia ir ao Pacaembu e ao Parque Antártica (assim todos chamavam o Estádio Palestra Itália) para olhar, seguidamente, os dois goleiros, Ado e Leão, que lhe pareciam lindos. Poucos anos antes, ambos haviam sido os suplentes de Felix, goleiro do Fluminense, na vitoriosa campanha da seleção brasileira na Copa do México. Ado não teve carreira tão brilhante quanto a de seu colega alviverde. Cresci corintiano, mas vendo Leão ser o titular da meta brasileira, da seleção da FIFA. Sempre admirei seu desempenho. Parecia eterno no Palmeiras, mas foi ainda grande goleiro também no Vasco, no Grêmio e … no Corinthians! Sem chegar a ser ídolo da Fiel, defendeu o arco alvinegro em um dos mais emblemáticos títulos, o Paulistão de 1983, com a Democracia Corintiana. Não foi simpático ao movimento, mas fundamental para a conquista do título. Foi o último bicampeonato corintiano antes do conquistado há uma semana, contra o Palmeiras, em que Leão fez tanta história.

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